O Comitê da Bacia Hidrográfica Litoral promoveu, nesta quinta-feira (22), o minicurso “Controle Biológico da Cryptostegia madagascariensis (Unha-do-Diabo)”, realizado na sede da CREDE 2, em Itapipoca. O evento reuniu representantes de instituições de ensino, pesquisadores, técnicos e gestores ambientais em um importante momento de discussão sobre alternativas sustentáveis para o controle dessa planta exótica invasora, que tem causado impactos crescentes à biodiversidade e aos ecossistemas da região.

A atividade foi conduzida pelo Prof. Dr. Robert Weingart Barreto, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), especialista em Botânica e Fitopatologia, com vasta experiência no estudo de plantas invasoras

Durante o minicurso, o professor destacou que o cenário de espécies exóticas invasoras é recorrente em diversas regiões do Brasil. Muitas vezes, essas plantas são introduzidas por curiosidade ou com fins ornamentais, mas acabam se tornando verdadeiras pragas ambientais. A Cryptostegia madagascariensis, popularmente conhecida como “Unha-do-Diabo”, tem se espalhado de forma resistente pelas matas nativas e ciliares, sufocando espécies locais e comprometendo o equilíbrio dos ecossistemas.

Durante o minicurso,  Robert destacou o uso de fungos como método promissor no controle biológico da Cryptostegia madagascariensis. Essa abordagem consiste na aplicação de microrganismos que atuam especificamente sobre a planta invasora, reduzindo sua propagação sem causar danos às espécies nativas. 

Foto: www.acaatinga.org.br/projetos/controle-biologico-da-unha-do-diabo/
Foto: www.acaatinga.org.br/projetos/controle-biologico-da-unha-do-diabo/

O professor ressaltou a importância de ampliar a divulgação científica sobre o tema, especialmente em regiões afetadas como o litoral cearense, onde a planta tem avançado de forma preocupante. A propagação dessas pesquisas é fundamental para subsidiar políticas públicas, orientar ações de manejo ambiental e formar redes colaborativas entre instituições acadêmicas, órgãos ambientais e comunidades locais.

Foto: www.acaatinga.org.br/projetos/controle-biologico-da-unha-do-diabo/
Foto: www.acaatinga.org.br/projetos/controle-biologico-da-unha-do-diabo/

Também foram compartilhados estudos sobre o controle biológico da planta, originária de Madagascar, e ressaltou a importância de pesquisas científicas para entender os impactos e buscar soluções seguras e eficazes. Um relato local chamou atenção durante sua fala: em comunidades de Madagascar, a planta é conhecida como “viúva”, por ser considerada venenosa e perigosa.

Participação 

O evento contou com a presença do presidente do CBH Litoral, Raimundo Sales, e do secretário Wellington Santos. Também participou o presidente do CBH Curu, Ricardo Sabadia.

Entre os representantes institucionais, estiveram presentes o vice-reitor da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Prof. Francisco Coelho, representantes das secretarias de agricultura dos municípios de Itapipoca e Tururu, além de alunos e professores da Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Faculdade Luciano Feijão. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), de Sobral, também esteve presente.

Pela Gerência Regional do Litoral, participaram os coordenadores da Gestão Participativa e do Núcleo de Operações, Victor Albuquerque e Edson Braga, bem como os técnicos Edilene Matoso, Carlos César, Paulo Rocha e Caio Mairan, além da estagiária Fernanda Yasmin.

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